Dono de empresa de vigilância é preso
suspeito de matar ex-PM no RN
Operação Labirinto foi deflagrada na manhã desta terça-feira (22), em Natal.
Segundo a polícia, Sandoval Lucena matou o ex-sargento Lasmar em 2011.
A Polícia Civil do Rio Grande do Norte realizou na manhã desta terça-feira (22), em Natal, coletiva de imprensa para detalhar a prisão de um homem suspeito de envolvimento com a morte do ex-sargento da Polícia Militar Haroldo Lasmar Alves Cardoso, de 42 anos, assassinado em 24 de fevereiro de 2011, no bairro de Cidade Nova, zona Oeste da capital potiguar. A ação, coordenada pela delegada Karla Viviane, da Delegacia Especializada de Homicídios (Dehom), foi batizada de Operação Labirinto.
Segundo a delegada, o suspeito chama-se Sandoval Carlos de Lucena, mais conhecido como Ratinho, dono de uma empresa de vigilância particular. Ele foi preso no bairro Alecrim, por força de mandado expedido pela Justiça. Além dele, também foi detido, em flagrante, Cícero Henrique Carlos, autuado por porte ilegal de armas. Com ele os agentes apreenderam um revólver calibre 38, seis munições e um carregador de pistola 380.
Ainda de acordo com a a delegada, Saldoval responde a um processo na Justiça da Paraíba pelo homicídio de uma mulher. “Em novembro do ano passado ele chegou a ser preso por porte ilegal de armas e respondia em liberdade”, acrescentou.
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Karla Viviane contou ao G1 que o ex-sargento teve dois irmãos assassinados entre os anos de 2007 e 2010. E que ele desconfiava que um amigo de Sandoval estaria envolvido com as mortes. “Temendo que o policial fosse atrás dele, Sandoval se antecipou e eliminou o sargento”, afirmou a delegada.
Os irmãos do ex-militar, ainda de acordo com as investigações, ficaram marcados por depor contra grupos de extermínio que agiam na Grande Natal.
Família destruída
Família destruída
Uma família destruída pela violência. Dos quatro filhos de um casal, três deles foram assassinados à bala. O primeiro, Gustavo Cardoso, de 29 anos, morreu em junho de 2007. Até hoje ninguém sabe quem o matou. O segundo, Natanael Cardoso, então presidente da Federação Potiguar de Kickboxing, também sofreu uma emboscada e foi morto a tiros em outubro de 2010. A polícia também não tem pistas dos criminosos. O terceiro filho a tombar foi o ex-sargento da Polícia Militar Haroldo Lasmar Alves Cardoso, de 42 anos, que no início da tarde de 24 de fevereiro de 2011 foi executado com cinco tiros na cabeça e morreu na porta de sua casa, localizada na Avenida Solange Nunes, a mais movimentada do bairro de Cidade Nova.
O assassino fugiu sem ser identificado. Na ocasião do crime, os pais de Haroldo não tiveram condições emocionais de falar com a imprensa. E o irmão, o único sobrevivente, disse que estava apavorado e não acreditava que a polícia fosse capaz de descobrir os responsáveis pelo extermínio de seus três irmãos.
“O que nós podemos fazer? O que eu posso fazer? O Estado nos virou as costas e está fazendo vista grossa”, desabafou Eduardo Alves Cardoso, que é sargento da PM. Para Alves, seus três irmãos foram vítimas de um grupo de extermínio. “Eu cansei de procurar a Corregedoria da Polícia. Mas não adianta. Não adianta”, lamentou.
Segundo testemunhas, o ex-sargento foi morto por um homem que se aproximou a pé. Chegou perto, sacou duas pistolas, encostou o cano próximo ao capacete do ex-sargento e abriu fogo. Cinco tiros transfixaram o capacete. Um dos disparos, quando a vítima já estava caída e praticamente sem vida, ainda acertou uma de suas pernas. Depois de matar, o assassino caminhou até a esquina e desapareceu.
Algumas pessoas que se aglomeraram em volta do cadáver também disseram ter visto o homem, que aparentava ter aproximadamente 40 anos, usava boné e vestia calça jeans e camiseta de cor azul. “Ele virou a esquina e sumiu. Deve ter entrado em algum carro ou subido na garupa de alguma moto para fugir”, disse uma senhora
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