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domingo, 6 de abril de 2014

Resgatados em navio denunciam rotina 



exaustiva e assédio psicológico


Funcionários dizem que chegaram a comer macarrão cozido em luvas. 
Por meio de nota, MSC não reconhece denúncias dos funcionários.

Henrique MendesDo G1 BA
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11 profissionais resgatados de navio, que trabalhavam em carga horária análoga ao trabalho escravo (Foto: Henrique Mendes / G1)11 profissionais resgatados de navio, que
trabalhavam em carga horária análoga ao
trabalho escravo (Foto: Henrique Mendes / G1)
Xingamentos, turnos de trabalho de até 22 horas e mulheres assediadas sexualmente. Estes foram alguns relatos dos 11 profissionais resgatados do navio MSC Magnífica, na terça-feira (1º), sob a suspeita de estarem atuando em condições análogas ao trabalho escravo. Alguns deles contaram que perderam 14 quilos e precisaram cozinhar macarrão instantâneo em luvas para conseguirem se alimentar.
Os tripulantes retirados da embarcação relataram, na manhã desta sexta-feira (4), as circunstâncias das viagens em depoimentos prestados na sede da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego da Bahia (SRTE), localizada no bairro da Piedade, em Salvador.
Em nota, a assessoria de comunicação da MSC Cruzeiros informou que o Ministério do Trabalho e Emprego esteve a bordo do MSC Magnifica na terça-feira e alegou irregularidades na jornada de trabalho de 13 tripulantes brasileiros, solicitando-os a desembarcar. Destes, 11 aceitaram desembarcar, mas dois se recusaram e decidiram continuar trabalhando a bordo. Ainda segundo a assessoria da MSC, a empresa está em conformidade com as normas de trabalho nacionais e internacionais e vai colaborar com as autoridades competentes. (Confira abaixo nota divulgada pela empresa na íntegra).
Com ensino médio completo e inglês fluente, o cearense Elianai Vigon, de 24 anos, que embarcou no navio em dezembro de 2013, relata que viveu três meses de exploração e humilhação trabalhando com ajudante de garçom. Com uma experiência profissional em um outro navio da mesma companhia, ele disse que foi surpreendido no cruzeiro por uma carga diária de trabalho superior a 11 horas, que destaca ser diferente do combinado por contrato.
"Percebi uma falta de padronização da companhia, já que a minha experiência anterior foi bem diferente. Começamos a fazer trabalhos extras não-remunerados e a exercer atividades que caracterizavam desvio de função, como lavar refeitório, restaurante, janelas e portas. Éramos obrigados a fazer, sob o risco de sofrer advertência. Com três [advertências], a pessoa é mandada para casa por justa causa", relata as pressões sofridas.
Vigon ainda conta que os profissionais que atuavam no navio precisavam pegar comida escondida nos restaurantes, já que "a comida do refeitório era 'indegustável'", relatou. Sob o medo de serem advertidos por causa do "roubo" da comida, o ajudante de garçom relata que a maioria dos colegas preferia comer macarrão instantâneo do que os alimentos que eram servidos para os funcionários. "Não tínhamos fogão, mas as torneiras do navio davam opção de água quente ou fria. Então, colocávamos [o macarrão] dentro de luvas e depois colocávamos as luvas dentro da água quente. Asssim fizemos várias vezes", confessou.
Funcionários de navio (Foto: Henrique Mendes / G1)Anderson Matssura e Elianai Vigon
(Foto: Henrique Mendes / G1)
Exploração
Em três meses de trabalho, sob uma jornada de até 22 horas em dias de desembarque, o cearense Anderson Matsuura, de 33 anos, diz que chegou a emagrecer 14 quilos. Atuando na embarcação como assistente de camareiro, ele conta que foi sofreu todo o tipo de pressão psicológica.
Inicialmente, Matsuura destaca que os funcionários eram obrigados a assinar folhas de ponto adulteradas, com carga horária definida pela própria empresa. "A companhia não pagava nada de hora extra. A gente também não podia descer [do navio] nas folgas. As pessoas tinham medo de denunciar, de reclamar. Muita gente adquiriu dívidas no Brasil para participar de treinamento e cursos específicos para atuar no navio", narrou.
Além de denunciar a carga horária exaustiva, Anderson Matsuura destaca que a própria mulher, que também atuava no navio, foi assediada na embarcação, como forma de constrangimento e humilhação. "Os oficiais davam em cima das nossas esposas. Caso fôssemos advertidos por reclamação, eles realizavam deduções nos salários", aborda.
Além de Matsuura, outra profissional da embarcação relata ter sofrido assédio moral. Atuando como camareira, a paulista Robert Inturn, de 27 anos, diz que mesmo trabalhando até 18 horas seguidas, chegou a ser chamada de "preguiçosa e vagabunda". "Não estamos aqui pelos 11 brasileiros que saíram do navio. Estamos aqui, expondo estes problemas, por todos que permanecem lá", defendeu.
Escravidão moderna
De acordo com Rafael Garcia, procurador do Ministério Público do Trabalho na Bahia (MPT/BA), as embarcações da MSC eram monitoradas há cerca de um ano. Por meio da aplicação de cerca de 175 questionários entre os funcionários, ele diz que foram constatadas irregularidades que confrontam as leis trabalhistas e os direitos humanos.
"Foram verificados relatos de jornadas exaustivas, ausência de folgas, ausência de intervalos e agressões às integridades físicas e psíquicas", destaca o procurador ao afirmar que a empresa defende que em águas internacionais a empresa não pode ser guiada por leis nacionais (brasileiras).
Sobre as características dos profissionais resgatados, que na maioria são universitários e bilíngues, Garcia afirma que esta é uma característica do trabalho escravo moderno. "Toda e qualquer atividade, se não tiver fiscalização, pode impulsionar características extremas de trabalho. Isso ocorre em qualquer ramo profissional. A busca pelo lucro, muitas vezes, não encontra barreiras", alertou.
Segundo Alexandre Lyra, chefe da Divisão de Fiscalização para Erradicação do Trabalho Escravo (Detrae), do Ministério do Trabalho e Emprego, lidar com casos análogos o trabalho escravo em um meio jovem e instruído, é um desafio.
"Você não vai encontrar neste meio aquelas características comuns ao trabalho rural, por exemplo. É um trabalho em que isso [o excesso de carga horária] aparece de forma invisível. A foto deles no navio talvez seja linda, mas o meio onde o problema ocorre não descaracteriza a opressão. É trabalho escravo e ponto", definiu.
Lyra destaca que a operação no Brasil, por meio de visitação da embarcação, começou no Porto de Santos, no dia 16 de março. No mesmo local, o navio voltou a ser visitado em no dia 29 de março. O resgate  dos passageiros foi feito no Porto de Salvador, no dia 1º de abril. A operação só foi divulgada nesta sexta-feira (4), pois ocorria em segredo de Justiça. Dentre os profissionais recolhidos do navio estão paulistas, curitibanos, cearenses e baianos.
Leia abaixo a nota da MSC na íntegra:
"A MSC Crociere informa que durante a temporada 2013/2014, seus quatro navios que estiveram no Brasil, passaram por intensas e repetitivas inspeções por parte do Ministério do Trabalho e Emprego.
Os navios da MSC Crociere que operam em águas brasileiras empregam um total de 4.181 tripulantes, dos quais 1.243 são brasileiros.
Após análises detalhadas de milhares de folhas de documentação e conduzindo centenas de entrevistas com tripulantes, no dia 01 de abril de 2014 o Ministério do Trabalho e Emprego esteve a bordo do MSC Magnifica e alegou irregularidades na jornada de trabalho de 13 tripulantes brasileiros, solicitando-os a desembarcar. Destes, 11 aceitaram desembarcar, mas 02 se recusaram e decidiram continuar trabalhando a bordo.
A MSC Crociere está em total conformidade com as normas de trabalho nacionais e internacionais e está pronta para colaborar com as autoridades competentes. Sendo assim, a MSC repudia as alegações feitas pelo Ministério do Trabalho e Emprego, do qual não recebeu nenhuma prova ou qualquer auto de infração."


Polícia Militar prende um dos suspeitos da morte de soldado em Nova Parnamirim


 por Jacson Damasceno
 

Daniel Ribeiro foi preso em Mãe Luíza
Daniel Ribeiro foi preso em Mãe Luíza
Neste momento já passa de uma hora da manhã do domingo (06) e a PM está em campo.
Com sangue nos olhos, os policiais militares caçam a quadrilha que assassinou o soldado Frederico na noite da última sexta-feira em Nova Parnamirim.
Um megaoperação foi montada e em Mãe Luíza os policiais prenderam Daniel Ribeiro, um dos integrantes do trio que invadiu e assaltou a casa do PM. O acusado foi pego em casa, debaixo do lençol e se encontra agora na delegacia de Plantão da zona Sul.
Ainda faltam dois. E os caras não vão descansar até botar as mãos neles.
Frederico era muito, muito gente boa. Querido demais pelos colegas. E a morte dele não vai ficar barata.

Policiais farão um novo protesto na 


segunda-feira; já são duas mortes de 


PM’s em 10 dias


A Polícia Militar fará novamente um protesto em relação a segurança de Natal. Já são duas mortes de PM’s em 10 dias. Veja na íntegra a mensagem de mobilização da classe:

“Segunda feira da indignação! !!!  Novamente em frente ao shopping Midwail,  as 11:00, vtr’s, companheiros de todas as unidades, operacionais ou não,  vamos fazer um minuto de silêncio com as sirenes ligadas,  vamos parar o trânsito por mais tempo e quem tiver contato com a imprensa,  avisa-las, pois toda a sociedade não só Natalense,  mas de todo o Brasil,  tem que tomar conhecimento do que está acontecendo com a “cidade da copa”, em relação a segurança.  Então aos que ainda não foram, a hora é essa de mostrar nossa indignação com nossos governantes,  que estão fazendo de conta que não está acontecendo nada. Segunda,  11:00, Midwail,  todos lá”.
Essa é a mensagem que os policiais estão passando nos grupos de Whattsapp.

Adolescentes suspeitos de atirar em PM são apreendidos em Natal

Do G1 RN
Pistola .40 roubada de policial baleado foi achada com adolescentes
(Foto: Felipe Gibson/G1)

A Polícia Militar apreendeu na noite desta sexta-feira (4) dois adolescentes de 16 e 17 anos suspeitos de terem atirado em um soldado da PM durante um assalto na zona Norte de Natal. Com a dupla foi encontrada a pistola .40 do policial, que foi baleado no rosto e se encontra internado no Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel, na zona Sul da capital potiguar. As informações são da Polícia Civil.

A Delegacia de Plantão da zona Norte informou que os adolescentes foram apreendidos no conjunto Parque das Dunas, também na zona Norte, pouco tempo após o crime. Em depoimento, os menores de idade disseram que renderam o policial com uma arma de brinquedo e roubaram a pistola .40.

De acordo com a Delegacia de Plantão da zona Norte, os adolescentes teriam mandado o PM correr, mas ele não foi. Diante da negativa do policial, os menores de idade admitiram que usaram a pistola do PM para atirar no rosto dele. A informação inicial repassada pelo 4º Batalhão da PM era de que o policial teria reagido ao assalto e trocado tiros com a dupla.

A arma de brinquedo que os adolescentes disseram ter usado no assalto não foi encontrada. Os dois foram encaminhados para o Centro Integrado de Atendimento ao Adolescente (Ciad) do bairro Cidade da Esperança, na zona Oeste de Natal.
O crime

O soldado foi baleado no rosto durante um assalto no início da noite desta sexta no bairro Pajuçara, na zona Norte de Natal. Ele estava em uma motocicleta quando foi abordado por dois suspeitos, segundo informou o comandante do 4º Batalhão da Polícia Militar, major Manoel Kennedy.

Baleado no rosto durante o assalto, o PM teve a pistola e a carteira roubadas. O policial, que trabalha na Governadoria, não usava farda e estava de folga no momento do crime.

Cotinha na segurança: Quem esta falando a verdade?

A estrutura da segurança pública que é apontada pelo Comando da Polícia Militar é bem diferente do que é visto pela população e o efetivo nas ruas. Na manhã da última sexta-feira (4), a TRIBUNA DO NORTE fez uma ronda nas principais unidades de polícia da zona Sul de Natal e constatou deficiência no número de viaturas circulando; delegacias com infraestrutura precária; postos policiais fechados e equipamentos essenciais, como rádio e colete a prova de balas, completamente desgastados. Segundo relatos dos policiais entrevistados, só três viaturas do 5º Batalhão estavam rodando naquele dia. Confira também exemplos de comunidades que se uniram para bancar a segurança do bairro.

Bancando a segurança

Satélite

Considerado um dos maiores bairros da América Latina, com cerca de 30 mil moradores, Cidade Satélite possui apenas uma viatura para fazer o patrulhamento de toda a região. A violência cresceu: o índice de assaltos chega a dez por dia. O representante comercial Lívio de Melo Silva, de 44 anos. Em fevereiro, dois bandidos armados o assaltaram na porta de casa, às 15h, e levaram o carro. Ele tinha terminado de pagar o financiamento do veículo no dia anterior. A casa de Lívio fica duas ruas depois do posto da 3ª companhia do Satélite. 

Emanuel Amaral
Satélite: dos três postos, apenas um está em pleno funcionamento. Foi reformado por moradores que arrecadaram R$ 9 mil para as melhorias

“Na hora liguei para o posto e o policial até veio, de camisa e calção, mas ele não tinha viatura para ir atrás. Boa vontade ele até teve”, comenta o representante. O carro nunca foi encontrado.

Os moradores do bairro arrecadaram R$9 mil para reforma e pintura do prédio de alvenaria; aquisição de imóveis e alimentação dos policiais. Segundo Anísio Barbosa, presidente da associação de moradores do bairro, a medida foi tomada após uma audiência pública realizada com os representantes da segurança do estado. “Vamos realizar outra audiência, no dia 10 de abril, para discutir limpeza e iluminação com a Prefeitura. Não adianta ter policial se falta luz nas ruas”, afirma.

O soldado Gleybson Luiz foi realocado do cargo administrativo que ocupava na Junta Médica da PM, e agora ocupa o plantão no posto do Satélite. Segundo ele, a população não deixa faltar nada. “Eles ajudam na limpeza e na alimentação. É uma boa parceria”, salienta.

Pitimbu

Também no Satélite, o posto da 3ª Companhia, que cobre toda a área do Pitimbu, enfrenta a deficiência de viaturas, munição e coletes a prova de balas. Além do desgaste da estrutura do prédio, que conta com goteiras e buracos, os 42 policiais da companhia também precisam fazer uma “cotinha” para manutenção dos carros, compra de material de tinta para impressora e folhas de papel. Os três coletes disponíveis na companhia já estão com a parte externa totalmente desgastada, com o material de proteção exposto. Os policiais também reclamam da falta de munição, que é bancada do próprio bolso.

Pitimbu: os três coletes disponíveis na 3ª Companhia estão desgastados e sem condição de uso

“A maioria das unidades funciona assim: de acordo com a demanda do bairro, a viatura é direcionada para lá. É uma verdadeira dança das cadeiras. A gente sempre dá um jeito de fazer a manutenção, porque se dependesse do Governo do Estado a PM já teria parado”, desabafou um policial, que preferiu não ser identificado. 

Morro Branco

Em Morro Branco, a conta para garantir segurança foi muito maior: desde setembro de 2014, os moradores desembolsaram R$25 mil para montar e manter um posto completo na avenida Brigadeiro Gomes Ribeiro. Além de reformarem um trailer e uma viatura, os moradores bancam a alimentação e alugaram um apartamento no bairro para que os policiais possam contar com banheiro e quarto.

Mário Emerenciano, presidente da Associação Potiguar em Defesa da Cidadania, é morador do bairro há 25 anos. Ele diz que a gota d’água foram os dois assaltos seguidos que fizeram à sua casa. “A minha casa foi assaltada no meio da tarde, quando minha filha estava em casa, e dois meses depois de terem arrombado e feito um arrastão completo”, conta Mário. Até setembro, o conjunto não possuía nenhum tipo de posto policial. “Os moradores estavam tão cansados da insegurança que conseguimos reunir R$5 mil em três horas”, emenda.

Emanuel Amaral
Morro Branco: trailer reformado pelos moradores do bairro

O subcomandante do 5º batalhão, Egitto Freire, que também presta serviço no novo posto de Morro Branco, afirma que praticamente não existem novas ocorrências no bairro. “Quando se faz a ação preventiva, como é o nosso caso, raramente temos ocorrências. Acredito que a parceria entre a comunidade e a PM foi positiva”, opina. Apesar de também fazer a ronda em Nova Descoberta, a viatura possui a identificação “Morro Branco” e, apesar é estacionada na frente da casa do presidente do conselho comunitário todas as noites.

Para o PM reformado Edmilson Lima, morador do bairro há 18 anos, que já teve parentes assaltados no bairro, afirma que é preciso lutar por mais melhorias – nem que seja preciso tirar do próprio bolso. “Não tivemos mais nenhum assalto, algo que não tínhamos em anos. Temos que lutar, agora, por mais carros e oficiais”, aponta.

Sem estrutura

Neópolis

O pequeno posto policial de Neópolis conta com apenas dois policiais que fazem o turno 24h e folgam dois dias. A única viatura do bairro também é responsável por fazer a ronda nos bairros de Candelária, Serrambi e Nova Parnamirim. O único rádio disponível estava quebrado, e os soldados não tinham como entrar em contato com o veículo em ronda caso houvesse alguma notificação.

Emanuel Amaral
Neópolis: posto dispõe de apenas dois policiais em turno de 24 horas e uma única viatura

Cidade Satélite

Já em Cidade Satélite, dos três postos policiais espalhados pelo bairro, apenas um está em pleno funcionamento. Restaurado pela população no início do ano, o posto localizado na etapa dois do bairro, na rua Cumaru. Enquanto isso, outros dois postos – um na rua Abreu e Lima e outro na avenida Linhares – estão fechados há mais de dez anos. Segundo o comando do 5º Batalhão, além da falta de infraestrutura dos prédios (a reforma compete à Secretaria Estadual de Segurança e Defesa Social), não há efetivo suficiente para equipar todos os postos.

Fonte: Tribuna do Norte

Polícia recupera R$ 131 mil roubados do Banco do Brasil em Natal

Do G1 RN
Dinheiro estava em uma casa na Vila de Ponta Negra
(Foto: Divulgação/Polícia Civil)

A Polícia Civil do Rio Grande do Norte recuperou R$ 131 mil roubados da agência do Banco do Brasil da avenida Engenheiro Roberto Freire, no bairro Ponta Negra, na zona Sul de Natal. O dinheiro estava com um dos supeitos do crime, que foi preso no início da noite desta sexta-feira (4) na Vila de Ponta Negra. A operação foi coordenada pelo delegado Herlânio Cruz, titular da Delegacia Especializada em Furtos e Roubos (Defur).

O dinheiro também estava na casa da Vila de Ponta Negra, onde foram encontrados R$ 131.382 em dinheiro, uma identidade falsa, uma cédula falsificada no valor de R$ 100 e máquinas para confecção de cartões de crédito. De acordo com a Polícia Civil, o suspeito confessou ter participado do assalto ao Banco do Brasil.

Em depoimento, o preso disse que ia usar o dinheiro roubado para abrir um restaurante na praia de Pipa, no litoral Sul do Rio Grande do Norte. “Ele não conseguiu comprovar nenhum tipo de atividade lícita, mas tinha um padrão de classe média alta”, explicou. O suspeito já tinha passagem na polícia por estelionato. “A gente espera continuar as investigações e prender o restante da quadrilha”, concluiu o delegado.

O assalto

Criminosos arrombaram o cofre central da agência durante a madrugada desta quinta-feira (3). A informação foi revelada pela delegada Alzira Veiga, titular da 10ª Delegacia de Polícia Civil, que deu início às investigações.

Ainda de acordo com a polícia, moradores da vizinhança disseram que viram pelo menos quatro homens encapuzados saindo da agência. Testemunhas também confirmam que o alarme do banco disparou por volta das 4h.

O comandante geral da Polícia Militar, coronel Francisco Araújo Silva, confirmou que a PM só tomou conhecimento do crime nesta manhã, quando os funcionários chegaram para trabalhar. “Os criminosos entraram pelos fundos da agência e danificaram o sistema de câmeras de vigilância. Tanto sabiam o que estavam fazendo que ignoraram os caixas eletrônicos e foram direto ao cofre”, revelou.

"Com frequência realizamos operações e conseguimos coibir muitas ações desta natureza. No entanto, os bancos, como instituição financeira, têm obrigação de cuidar de seus patrimônios, com investimento em medidas preventivas de segurança orgânica, inclusive na defesa de seus clientes”, declarou o coronel Araújo.

O Banco do Brasil não se pronunciou sobre o ocorrido.

Duplo homicídio na cidade de Baraúna-RN



Dois jovens foram executados com disparos de pistola no inicio da noite de Sábado 05 de Abril de 2014 na cidade de baraúna, no Rio Grande do Norte. O duplo homicídio aconteceu no bar da Castanhola no Bairro Moinho Novo, as margens da via de acesso à cidade, por volta de 20 horas.

Ari Jonathan de Lima, 26 anos de idade e Antônio Anacélio dos Santos, de 20, foram alvejados por disparos de arma de fogo e morreram no local. Os acusados chegaram ao local de motocicleta. Segundo informações as vitimas foram surpreendidas quando bebiam no bar e não tiveram chance de defesa. Os elementos já desceram da motocicleta atirando.

Ari morreu sentado na cadeira que estava. Anacélio ainda tentou fugir, mas caiu morto dentro do ambiente. Ele portava um revolver calibre 38 municiado.

A Policia Militar local não sabe a quem atribuir à autoria da ação criminosa. Populares informaram que as vitimas tinham envolvimento com droga. A informação não foi confirmada pela policia.

Após os procedimentos realizados no local, pela equipe do Instituto Técnico e Cientifico de Policia, Itep, os corpos foram removidos e serão necropsiados na sede da Unidade em Mossoró.


FONTE: O CAMERA

Violência Homicida no RN: Metrópole da Morte, Bairros do Medo e o Público Alvo

Por Ivenio Hermes

A insegurança em que vive o povo brasileiro e especificamente o potiguar, tem um custo financeiro indireto elevado, e por sair do bolso do cidadão, parece não ser levado em consideração pela Administração Pública.
Além de seus impostos, comerciantes, empreendedores e moradores precisam arcar com segurança privada, circuitos internos de câmeras de TV, sensores de movimento, alarmes, muros com cercas elétricas e outros tipos de ofendículos que garantam a proteção, antes considerada extra, pois havia aquela fornecida pelo Estado e hoje considerada essencial, porque supre a ausência da segurança promovida pela ineficácia e incompetência do Estado.

O crime assume todas as formas possíveis, e o alerta dado ao Governo do RN sobre avanço da força letal da violência foi desconsiderado e as forças policiais, minimizadas em efetivo, em equipamento e em condições de trabalho, se tornam vítimas tanto quanto àqueles a quem deveriam proteger. Nos primeiros 5 dias de abril de 2014 já aconteceram pelo menos 20 crimes violentos letais intencionais, dentre eles, outro policial militar.

Nova Metrópole da Morte

Com um índice de 10 homicídios por cem mil habitantes sendo a aceitável para compor uma boa taxa de desenvolvimento humano, a Região Metropolitana de Natal se firma como uma nova metrópole da morte e se aproxima perigosamente da média nacional de 25,4 assassinatos por cem mil habitantes. São José de Mipibu e Macaíba se revezam na quarta posição entre as mais violentas da região, sendo que com uma população menor, São José de Mipibu já está com o índice de 37,78 cvli/100mil-hab enquanto Macaíba está com 22,5.

Com a inclusão no mapa da região, do novo aeroporto para a chegada dos turistas do futebol, uma atenção deverá ser direcionada para as principais vias que conduzirão esses turistas para o centro hoteleiro, privilegiando o turismo durante o evento. Contudo, não se deve deixar de perceber que São Gonçalo do Amarante encontra-se com 18,9 cvli/100mil-hab, Parnamirim com 14,38 e Natal com 17,45. Assim a região metropolitana, tendo em vista sua população, já acumula um índice de 17,81 cvli/100mil-hab.
Com essa tendência indicando ascensão, relembramos que Natal registra 59% das ocorrência letais, e com a previsão do emprego da força maciça do Governo Federal implementando uma segurança visual temporária em virtude da COPA de 2014, os indícios de que essa tendência continuará nos municípios limítrofes são grandes, porque ao escapar do círculo de contenção e proteção estabelecido pelas Forças Armadas e pela Força Nacional, que nem coadjuvantes na Segurança Pública deveriam ser (pois o correto seria reforçar e valorizar as polícias estaduais), os criminosos não encontrarão policiamento para detê-los.

Sem dar importância a mancha criminal que ora se delineia, será difícil tirar a Grande Natal do ranking dos homicídios, e quando Natal e São Gonçalo do Amarante receberem o reforço de policiais, o crime violento letal e intencional migrará para outros municípios, num jogo de gato e rato que não deixará de manter Natal como uma outra metrópole da morte.


Bairros do Medo

Nos anos de 2013 e 2014, o primeiro trimestre mostrou mais uma vez a falta de previsão da Secretaria Estadual de Segurança Pública, ainda administrada por Aldair da Rocha.

Sempre buscando se desculpar pela Governadora, Aldair da Rocha não conseguiu alavancar nenhum projeto efetivo nem mesmo para a capital, daí se pode imaginar o desastre no interior. A insegurança acirrou um sentimento de medo, impediu o ir e vir e tornou os bairros de Natal mais perigosos.
Foram 48 homicídios praticados na Zona Norte e um índice de 18,59 cvli/100mil-hab, sendo Nossa Senhora da Apresentação o bairro mais violento, com 38% dos crimes e 22,27 cvli/100mil-hab. Sendo a áreas mais carente da cidade, a falta de investimentos e o progressivo sucateamento de viaturas reduziu o policiamento ostensivo, mantendo essa zona da capital como o índice semelhante, pois saiu de 48 mortes matadas em 2013 para 49, elevando para 18,84 crimes violentos letais intencionais por 100mil-hab em 2014.

As Zonas Leste e Oeste apresentaram uma ligeira diminuição, na Leste caiu de 23 para 18 mortes e na Oeste de 65 para 49. Entretanto, a surpresa deste primeiro trimestre de 2014 é a Zona Sul, que saiu de 9 em 2013 para 19 em 2014, numa elevação percentual de mais de 100%, ou seja, são 11,31 cvli/100mil-hab.

A vitimização na zona sul não escolhe local para ocorrer e objetivamente se conclui que mesmo tendo recursos das entidades de bairros e outros representantes da sociedade organizada na segurança pública, gastando com reforma e construção de bases integradas comunitárias, colocando mais combustível nas viaturas que sofreram com contingenciamento, e tentando outras soluções, inclusive promovendo uma audiência pública para tratar do assunto, nada disso foi capaz de deter a onda de crimes.

Sem viaturas para realizar o policiamento nas ruas, mesmo usando combustível da comunidade, sem munição adequada e suficiente, carentes de toda sorte de equipamento, inclusive coletes balísticos, e sem efetivo consoante ao mínimo necessário, a Polícia Militar enxugou gelo e não conseguiu reduzir o crime na zona sul, mais uma vez comprovando que nem só de boa vontade e coragem se soluciona problemas de segurança.
O esforço do Comandante do 5º BPM e de seus comandados praticamente tirou leite de pedra, contudo, o Major Francisco Heriberto Rodrigues Barreto não conseguiu obter sucesso, pois à falta de material e equipamento se soma o maior problema do Estado do RN: a falta de efetivo policial. Com poucos homens, o batalhão responsável pelas zonas administrativas de Lagoa Nova, Nova Descoberta, Candelária, Capim Macio, Pitimbu, Neópolis e Ponta Negra, com seus conjuntos habitacionais, áreas de comunidade e sub zonas, transformando a zona sul no típico exemplo de que o esforço comunitário e policial, sem condições de trabalho e sem material humano é ineficaz diante do avanço da criminalidade.
Em apenas 3 meses a zona sul se tornou um novo nicho de medo e insegurança.


Público Alvo: Jovens


Como se não bastasse todos os problemas sociais e de segurança pública, cada vez mais jovens ingressam nos caminhos desviantes, e sem condições de retornarem a um padrão de comportamento aceitável, perdem suas vidas em guerras de gangues, confrontos com a polícia e em desavenças diversas.
A morte de jovens nos bairros de Natal compreendem 28,18% do total de cvli, ou seja, de um total de 149 assassinatos, 42 são de jovens.
A distribuição por zonas ficou portanto:
Na Zona Norte 22 jovens assassinados de um total de 59 cvli, ou seja, 37,28% dos assassinatos foram cometidos contra jovens, sendo 9 deles cometidos em Nossa Senhora da Apresentação;
Dos 19 assassinatos cometidos na Zona Sul, 3 eram menores, ou seja, 15,78%, sendo 2 em Lagoa Nova e 1 em Ponta Negra;
A Zona Leste apresentou 27,77% de assassinatos de jovens, foram 5 de um total de 18 homicídios. Mãe Luiza e Cidade Alta com 2 mortes em cada e uma morte em Areia Preta;
Na Zona Leste 22,44% dos cvli foram cometidos contra jovens. De um total de 49, 11 foram jovens e os crimes ocorreram com maior frequência em Felipe Camarão.

Além dessas mortes, 4 não tiveram local determinado, sendo um jovem vítima dessas mortes.
Se essa média persistir, em 2014 teremos a maior incidência de cvli contra a população jovem.
Nesse totem de criminalidade, percebemos a forte influência das drogas como um dos principais fatores, sendo o combate ao narcotráfico uma das modalidades de combate ao crime bastante carente de atividade preventiva, tanto no combate quanto na busca pela reabilitação.


A seguir...

A morte de jovens anteriormente vitimizados direta ou indiretamente pelas drogas e lares desestruturados prolifera em todo Rio Grande do Norte, sendo eles muitas vezes chancelados, como muitos adultos, pela ligação com o crime para justificar a falta de esforço investigativo para descobrir quem foram seus algozes.
Enquanto meditam sobre a situação de insegurança e o morticínio de jovens na capital, convido-os a lerem algo semelhante sobre a situação de Mossoró enquanto polo atrativo de pessoas e portanto, de criminalidade, na última parte dessa análise empírico-estatística da violência homicida no Rio Grande do Norte.


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SOBRE O AUTOR:
Ivenio Hermes é Escritor Especialista em Políticas e Gestão em Segurança Pública e Ganhador de prêmio literário Tancredo Neves. Colaborador e Associado Pleno do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Consultor de Segurança Pública da OAB/RN Mossoró. Pesquisador nas áreas de Criminologia, Direitos Humanos, Direito e Ensino Policial.
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DIREITOS AUTORAIS E REGRAS PARA REFERÊNCIAS:
É autorizada a reprodução do texto e das informações em todo ou em parte desde que respeitado o devido crédito ao(s) autor(es).

HERMES, Ivenio. Violência Homicida no RN: Uma análise empírico-estatística (Parte 2). Metrópole da Morte, Bairros do Medo e o Público Alvo. Disponível em: <http://j.mp/OlDpfe >. Publicado em: 05 abr. 2014.