Professora dá dez dicas para se sair bem em redações do Enem
As
inscrições para a edição 2012 do Enem, o Exame Nacional do Ensino
Médio, foram recordes. De acordo com o balanço final do Ministério da
Educação, mais de 6,5 milhões de pessoas se inscreveram. E para quem
está se preparando para prestar esse e outros exames, é importante dar
uma atenção especial à escrita, já que a prova de redação costuma ser um
dos itens com mais "peso" nas avaliações.
A Doutora em
Linguística e em Língua Portuguesa Vera Lúcia Pereira dos Santos, também
suporte pedagógico de Português no Ético Sistema de Ensino, da Editora
Saraiva, dá dez dicas para ajudá-lo a produzir um texto que seja
bem-avaliado.
- Organize as ideias antes de começar a escrever.
Faça um plano, um roteiro de seu texto e siga o planejado. Partindo da
situação-problema oferecida na prova, redija um material
dissertativo-argumentativo, com fatos e argumentos para defender a sua
opinião sobre o tema e possíveis soluções para o problema proposto;
-
Tenha cuidado com a gramática. Além de escrever de modo lógico e
objetivo, é preciso saber acentuar, ficar atento à concordância verbal e
nominal, conhecer os preceitos de ortografia e ter habilidade com
conectivos, pronomes e verbos. É importante ainda o conhecimento da
regência verbal e nominal.
- Evite períodos longos e usar
expressões como "eu acho" e "eu penso". Torne as frases leves e curtas,
sem inversão da sequência de dados e opiniões usando linguagem simples.
Desde que usados adequadamente, para encerrar frases que expressam
ideias diferentes, não faça economia de pontos finais.
- Saiba
cercar-se de fontes. O estudante pode manejar uma coletânea de textos,
que deve ser usada somente como referência para encaminhar seu próprio
texto, mas sem transcrever frases alheias. A redação precisa ter
autonomia em relação à proposta, ou seja, deve ser compreendida até por
um leitor que desconhece o tema do exame;
- Concilie tema e
proposta. Seja qual for a sua opinião, defenda-a com sensatez. Leia
atentamente o que é proposto, avalie os conceitos e os argumentos em
contrário. Mostre que compreendeu o tema e que sabe contextualizá-lo, de
forma crítica e reflexiva, em um texto em prosa que seja claro e
coerente;
- Evite fórmulas prontas. Há redatores que colecionam
fórmulas mágicas e técnicas em um amontoado de efeitos que levam a um
texto pífio ou sem noção de autoria. Utilize termos que sejam adequados
ao seu tom e não tente usar expressões eruditas para impressionar os
avaliadores. Seja simples e direto;
- Tenha estilo próprio. É
muito importante que a redação tenha um rosto, por meio do qual se
vislumbre um estilo por parte do redator;
- Enriqueça seu repertório. Manter-se atualizado e a par dos principais fatos é essencial;
-
Título e tema devem estar em sintonia. É comum desvirtuar o tema
proposto quando o vestibulando coloca um título sem relação com o mote e
discorre sobre outro assunto. Se houver necessidade de título,
coloque-o depois de elaborar o texto, sintetizando o que foi dito ao
longo da redação;
- Utilize a norma culta prioritariamente. Fuja
das abreviações do "internetês", das marcas de oralidade como "né" e
"ok" e de equívocos insistentes como "mortandela", "rúbrica" e "perca"
(em vez de "perda").
Para finalizar, a Doutora em Linguística e
em Língua Portuguesa destaca que os dois maiores vilões de uma redação,
em que a oralidade não deve predominar, são os modismos e os clichês.
"No primeiro, incluo expressões ou hábitos, modo de falar admitido pelo
uso de uma língua, com caráter passageiro, nem sempre contrário à norma
culta. Já em clichês estão as frases feitas e os vícios de linguagem,
caracterizados pela durabilidade. Ambos têm em comum a repetição, o fato
de empobrecer o vocabulário e denotar falta de estilo próprio. Então,
devem ser evitados", explica Vera.
Fonte:Tribuna do Norte