RIO GREVE DO NORTE
Felipe Gibson
Do G1 RN
Alber da Nóbrega, secretário de Administração
(Foto: Ricardo Araújo/G1)
Todos os servidores estaduais que faltarem o dia de trabalho terão o ponto cortado no Rio Grande do Norte. Expedido em maio durante a greve do Departamento Nacional de Trânsito (Detran/RN), o ofício interno que determina o corte para os grevistas continua valendo, conforme garantiu o secretário estadual de Administração e dos Recursos Humanos (Searh), Antônio Alber da Nóbrega.
"O servidor que faltar o dia de trabalho terá o ponto cortado", enfatiza o secretário, que foi nomeado pela governadora Rosalba Ciarlini para negociar com as categorias em greve. Ao G1, o secretário explicou o que vem sendo feito em cada uma das negociações. Atualmente estão em greve os servidores da saúde, da Polícia Civil, do Instituto Técnico-Científico de Polícia (Itep) e professores da rede estadual de ensino.
Professores
Deflagrada nesta segunda-feira (12), a paralisação na educação ainda não foi tratada em negociações. Entretanto, o secretário reforça a posição já colocada pela Secretaria Estadual de Educação (SEEC) em nota. "Se existe uma categoria que vai bem, é esta. Não acredito que o sindicato esteja em greve por crise na educação", afirma.
Sobre o descumprimento de uma determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), colocado pela presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sinte/RN), Fátima Cardoso, como um dos motivos da paralisação, Alber da Nóbrega afirma que a reivindicação não pode ser cumprida de imediato. "Seria um impacto muito violento se o Estado fosse pagar agora. Ainda estamos fazendo o levantamento para calcular o que será gasto com isso. Tem de haver paciência", ressalta o secretário.
Itep
Quanto a greve do Itep, também deflagrada nesta segunda, o secretário de Administração exalta a necessidade de normatizar a atividade do instituto em lei. A Secretaria Estadual de Segurança Pública e Defesa Social (Sesed) informou ao G1 que há total interesse do Governo e da direção do Instituto que o estatuto esteja pronto o mais rápido possível. O documento, no entanto, não está pronto. A categoria exige que o Governo do Estado encaminhe o estatuto do Itep à Assembleia Legislativa.
Instituto Técnico-Científico de Polícia (Itep)
"Ele ainda está sendo discutido por vários setores do estado, inclusive com a categoria. Mas a expectativa é que ele esteja concluído o mais rápido possível. Até porque ele vai disciplinar, vai organizar o Itep", afirmou João Ricardo Correia, assessor de imprensa da Sesed.
De acordo com Djair Oliveira, que é presidente do Sindicato dos Policiais Civis e Servidores da Segurança Pública do RN (Sinpol-RN), o estatuto é uma lei orgânica que organizaria o Itep. “Ele define os direitos e deveres dos servidores e cria o plano de cargos e salários dessa categoria, que até hoje não tem”, detalhou. Para o presidente do sindicato, falta vontade política para o projeto chegar à Assembleia Legislativa.
Servidores da saúde acendem velas pelos mortos do Walfredo Gurgel
(Foto: Victor Lyra)
Saúde
Alber da Nóbrega confirma que o Estado ficou de nomear uma comissão para discutir a tabela de níveis salariais dos servidores da saúde. Porém, existe um impasse para a realização da medida com a continuidade da greve. "Se voltarem a trabalhar a comissão será nomeada, mas da forma como eles querem não é interessante. É bom quando negociamos e os dois saem ganhando", ressalta.
A análise dos níveis salariais seria feita em 45 dias, segundo informa o secretário. "Se formos passar 45 dias com eles sem trabalhar a situação se complica. Nossa ideia é acabar com gratificações e montar uma horizontalização de plano de cargos e salários. Queremos modernizar", diz Nóbrega. Os servidores estão em greve desde o dia 1º de agosto.
Polícia Civil
Já no caso da greve dos agentes da Polícia Civil, o governo pede paciência aos grevistas. "Não está havendo compreesão. Os agentes querem que se resolva do dia para a noite. Todo o norte-riograndense sabe da stiuação financeira difícil que vive o estado", ressalta Nóbrega, que pede o apoio da categoria para elaborar propostas.
Policias Civis protestam em frente à Governadoria
(Foto: Jorge Talmon/G1)
A pauta de reivindicações é extensa. “Queremos nomeação e curso de formação dos aprovados no último concurso, que vem se arrastando desde 2008; vale refeição para os agentes; serviço terceirizado de limpeza das delegacias, que muitas vezes fica a cargo dos próprios policiais; retirada de presos das delegacias; melhoria das condições de trabalho, como armamento, informatização e melhor comunicação entre as delegacias e reajuste salarial. Somos uma polícia de nível superior recebendo menos que cargos de nível médio. Também queremos reajuste das gratificações de chefes de investigação e chefes de cartório, que trabalham acima das possibilidades pela polícia”, afirmou o presidente do sindicato, Djair Oliveira.