Descontrole financeiro do Governo
afeta contas de policiais militares
Uma das vantagens do serviço público que atrai cada vez mais os interessados em ingressar nos cargos públicos é a estabilidade financeira. No entanto, no Estado do Rio Grande do Norte essa estabilidade financeira já não é mais uma realidade para os servidores públicos que a cada mês vê seus direitos sendo cerceados por Decretos Governamentais.
Os policiais militares, por exemplo, vem sentindo na pele e no bolso o descontrole financeiro e os ditos Decretos, sempre com prazos indeterminados, emitidos pela Chefe do Executivo. São promoções que não são pagas, mudanças de nível, Diárias Operacionais, férias, e, agora, o décimo terceiro salário.
Bem verdade que o Governo do Estado tem até o dia 20 de dezembro para realizar o pagamento da gratificação natalina aos servidores públicos, mas lembro que, como em um contrato, quando reitaradamente há o cumprimento de uma obrigação, como no caso da antecipação do 13º há anos, e com a falta da divulgação do calendário de pagamento pelo Governo, este teria a obrigação de realizar o pagamento conforme já vinha sendo praticado em anos anteriores, uma vez que gerou a expectativa pelo servidor público em seu cumprimento.
Outra questão relevante foi a sustação do pagamento das férias em agosto de 2013 pelo período de 90 dias, que na verdade perdurou por seis meses, desestabilizando as contas financeiras de cerca de 70% dos policiais militares do Estado. Soma-se a isso, a falta de pagamento das diárias operacionais, da mudança dos níveis remuneratórios e as promoções, todos sem estar sendo pagos devidamente.
São todos esses fatores somados a outros que vem desestabilizando os polciiais militares endividando-os cada vez mais. “Estamos voltando ao passado quando ninguém queria vender aos PM’s com medo de calote”, disse um policial.
Em conversa informal com um policial, o mesmo já admitiu não saber mais o que fazer para equilibrar suas finanças, uma vez que ainda sofre com o atraso do pagamento das férias desde o ano passado.
“Tive que sacar o cheque especial pois contava com as férias. Elas não foram pagas. No início do ano, ainda devendo ao cheque especial, adiantei o décimo, que também não foi pago. Sacrifiquei minhas folgas para trabalhar na Copa por diárias operacionais e, finalmente, equilibrar as finanças, mas também não foram pagas”, desabafou o PM.
Outro ponto de destaque do descontrole do Estado, é a questão dos inativos e pensionistas da Polícia Militar, os quais a todo mês vem sendo preteridos e tem seu pagamento retido em média de dez dias, dificultando a vida dos que já possuem uma idade já avançada e com a saúde comprometida e que necessitam comprar medicamentos.