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sábado, 18 de agosto de 2012

Familiares aguardam buscas por pescadores sumidos no litoral do RN

Seis tripulantes estão desaparecidos desde o sábado.
Marinha já utilizou dois navios e uma aeronave na operação de resgate.

As famílias de seis pescadores potiguares aguardam as buscas da Marinha pelo grupo que desapareceu no mar do litoral do Rio Grande do Norte no sábado (11).  A operação da Marinha prosseguiu nesta sexta-feira (17), ainda sem sinal da embarcação Jefferson I, que desapareceu a 200 quilômetros da costa. O rádio do barco estava quebrado e ele não foi mais avistado por pescadores que estavam em outro barco que estava na região, próxima do Atol das Rocas.
Desde o desaparecimento, todas as noites os parentes se reúnem em uma corrente de orações.  Na comunidade onde o grupo vive, a família do pescador Manoel Severiano, de 45 anos, reza para que ele volte para casa com vida.
Manoel é casado há 23 anos com Neide do Nascimento, com quem teve dois filhos. Maxwell, o mais velho, tem 22 anos. O caçula, Maviael, tem 19. Ambos estão apreensivos. Eles temem que Manoel esteja em perigo no mar. “Somos pobres e só temos uns aos outros. A família é a nossa riqueza. Se eu perder ele, eu perco tudo”, desabafou a mulher.
“Quando amanhece, a minha esperança nasce de novo. Mas, quando vai escurecendo, e eu continuo sem notícias, me bate um desespero. Tenho medo dele estar à deriva, sozinho, sem comida, abandonado, esperando a morte chegar. Ou morto”, disse Neide, aflita.
O filho mais velho de Manoel conta que o pai já passou 10 dias pescando. Contudo, nunca ficou sem contato com a família. “O rádio do barco do meu pai, às vezes, não funciona, mas ele sempre dá notícias. Como se perderam, não sei onde ele está, nem mesmo se está vivo. Isso é angustiante. Estamos sofrendo muito. Minha mãe sonha que ele volte vivo pra casa”, revelou o rapaz.
O comandante da Capitania dos Portos do Rio Grande do Norte, Rodolfo de Almeida, tem esperança de que os seis desaparecidos estejam com vida. “Não encontramos destroços, nem corpos. Por isso, acredito que eles possam estar pescando em algum lugar distante. As buscas continuam”, enfatizou o capitão.
Uma aeronave da Força Aérea Brasileira já patrulhou 100 mil quilômetros quadrados sobrevoando a região onde a embarcação desapareceu e não visualizou nada. Para intensificar as buscas, a Marinha disponibilizou dois navios, que estão em operação nas proximidades do Atol das Rocas, localizado a 267 quilômetros de Natal e 148 quilômetros do arquipélago de Fernando de Noronha (PE).

Caroline Holder do G1 RN

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