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terça-feira, 27 de novembro de 2012

Família de mulher morta no acidente na BR 101, em Natal, cobra justiça

Parentes de Herika Barroso foram à delegacia na manhã desta terça (27).
Familiares de outros dois mortos devem ser ouvidos ainda esta semana.

 Do G1 RN
Marcos Antônio, marido, mostra a foto da mulher morta (Foto: Rafael Barbosa/G1)Marcos Antônio, marido, mostra a foto da mulher morta (Foto: Rafael Barbosa/G1)
Familiares da auxiliar de almoxarifado da Casa de Saúde São Lucas, Herika Barroso de Paula, de 33 anos - uma das três pessoas mortas durante o acidente de trânsito na BR 101, em Natal, fato ocorrido na noite do último sábado (24), foram ouvidas na manhã desta terça-feira (27) pelo delegado Sérgio Leocádio, titular da Delegacia Especializada em Acidentes Veiculares (DEAV). A mãe e o marido de Herika exigiram justiça e condenação por homicídio doloso (quando há intenção de matar) ao assistente administrativo carioca Wellington Operiano Gonçalves, de 46 anos, mais conhecido como Wellington Pé na Jaca.
Segundo o delegado, os familiares de Maria Dionísio da Silva, 79 anos, e Julião Francisco da Silva, 47 anos, que morreram no local do acidente, deverão comparecera à delegacia ainda durante esta semana, assim como também os parentes das quatro pessoas que ficaram feridas na colisão.
Durante os depoimentos, o marido de Herika, Marcos Antônio de Araújo Barbosa, detalhou ao delegado como ocorreu a colisão ocorrida no último sábado (24). Ele estava no veículo e é umas das pessoas socorridas ao hospital. "Eu estava parando no sinal amarelo quando o motorista atravessou a pista e bateu de frente com o meu carro", afirmou Marcos Antônio. Ele contou também que, depois do acidente, deparou-se com a esposa morta. Ele saiu do automóvel desnorteado. "Quando vi, meu carro estava sem o teto. Herika estava morta ao meu lado", recordou Marcos, com lágrimas nos olhos.
Mãe de Herika (Foto: Rafael Barbosa/G1) 
Mãe de Herika (Foto: Rafael Barbosa/G1)
Ainda de acordo com o marido, Herika trabalhava no almoxarifado da Casa de Saúde São Lucas e, segundo a mãe dela, havia conseguido o trabalho há 15 dias. "Ela estava toda feliz com o novo emprego", lembrou Rosália Barroso.
Marcos Antônio disse ao G1 que a única filha do casal, uma menina de três anos, pergunta pela mãe frequentemente. A criança ainda não sabe que a mãe está morta. "Ela veio me dizer que tinha comprado dois chocolates e que daria um deles à mãe", contou Marcos.
Wellington Pé na Jaca (Foto: Divulgação/TSE) 
Wellington Pé na Jaca
(Foto: Divulgação/TSE)
O suspeito
O suspeito de causar as três mortes e deixar outras quatro pessoas feridas no hospital é o assistente administrativo Wellington Operiano Gonçalves, de 46 anos, natural do Rio de Janeiro. Ele preso em flagrante. Segundo a Polícia Rodoviária Federal, o teste do bafômetro realizado ainda no local do acidente confirmou que o carioca ingeriu bebida alcoólica.
Wellington Operiano Gonçalves (PPL) - mais conhecido como 'Wellington Pé na Jaca' - foi candidato a vereador na cidade de Itaitinga, no Ceará, na eleição de outubro passado. Segundo a PRF, com informações obtidas com o Tribunal Superior Eleitoral, ele obteve 229 votos e não conseguiu se eleger.
Teste de bafômetro realizado pela PRF aponta que Wellington ingeriu bebida alcoólica (Foto: Rafael Barbosa/G1) 
Teste de bafômetro realizado pela PRF aponta
que Wellington ingeriu bebida alcoólica
(Foto: Rafael Barbosa/G1)
Segundo a Coordenadoria do Sistema Prisional potiguar, Wellington encontra-se detido no Centro de Detenção Provisória da Zona Norte de Natal e não quer falar com a imprensa.
O inquérito
O delegado Sérgio Leocádio afirmou que pretende concluir o inquérito até a próxima sexta-feira (30). "Temos 10 dias para encerrar as investigações e encaminhar o processo à promotoria. Contudo, acredito que, até o fim desta semana, terminaremos este trabalho", disse o titular da DEAV.
Leocádio disse ainda que, apesar do enquadramento de Wellington Operiano nos artigos 121 e 18 do Código Penal Brasileiro - correspondentes ao crime de homicídio doloso - é provável que a Justiça aceite somente a autuação no artigo 306 do Código de Trânsito, que trata de direção sob efeito de álcool. "É inegável que o que aconteceu foi um acidente de trânsito. A defesa dele deve se apoiar nisso", afirmou o delegado.
A pena para quem dirige sob efeito de álcool ou substância análoga varia entre 6 meses e três anos de detenção. "Inclusive, a punição pode ser revertida em prestação de serviços comunitários e/ou pagamento de cestas básicas", acrescentou.
Delegado Sérgio Leocádio (Foto: Rafael Barbosa/G1) 
Delegado Sérgio Leocádio, titular da DEAV
(Foto: Rafael Barbosa/G1)
Por fim, o delegado revelou que, por semana, a delegacia é responsável por investigar três acidentes com mortes em média. "Se as penas fossem mais severas, tenho certeza que este número seria menor", pontuou Leocádio.

O acidente

Segundo a PRF, a colisão aconteceu às 18h30 do último na BR 101, na entrada de Natal. O carro que provocou o acidente trafegava no sentido Natal/Parnamirim quando o condutor perdeu o controle do veículo, atravessou o canteiro central e bateu em outros dois automóveis. Além destes, mais um carro e uma motocicleta foram atingidos.

Um comentário:

  1. Realmente lamentável a perda destes familiares. Mas surgiu uma nova linha de investigação e seria interessante pesquisar. A TV Ponta Negra exibiu ontem um reportagem onde testemunhas afirmam que o condutor do veículo era a mulher. Seria interessante e, sobretudo imparcial, que os meios de comunicação que apontam Wellington Operiano Gonçalves como suspeito, verificassem a possibilidade de o condutor ser a mulher, conforme apontam as testemunhas desta reportagem, http://www.tvpontanegra.com.br/reportagem_pc.asp?notTVPN=MTg0OTQ

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