17 presos estavam prontos para fugir da Penitenciária de Alcaçuz, no RN
Pelo menos 17 homens estavam em dois túneis cavados no Pavilhão 1.
Após descoberta dos tunéis, detentos iniciaram motim na unidade prisional.
Penitenciária de Alcaçuz (Foto: Ricardo Araújo/G1)
Passava do meio-dia desta sexta-feira (31), quando chegou à direção da
Penintenciária Estadual de Alcaçuz, em Nísia Floresta, RN, a informação
de que presos estavam cavando tunéis para fugir. Os agentes
penitenciários receberam um alerta de que os presos tentavam fugir e
quando observaram a movimentação na quadra esportiva do pavilhão,
identificaram dois tunéis abertos. Nenhum dos detentos, porém, conseguiu
fugir.Ao notarem a presença dos agentes, os detentos iniciaram um motim. Na tentativa de dispersar os agentes, os presos começaram a jogar pedras e foram revidados com disparos de balas de borracha. Enquanto uns atiravam pedras, outros tampavam os tunéis abertos com a própria areia anteriormente retirada, com pedaços da estrutura de concreto do piso da quadra e também com água. Os apenados também destruíram parte da estrutura de concreto do pavilhão e atearam fogo a colchões e lençóis.
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A primeira tentativa de entrada dos agentes penitenciários no Pavilhão 1
foi frustrada. Os detentos amarraram a grade de acesso ao interior do
local com cordas e pedaços de barra de ferro. Foi preciso, então,
solicitar auxílio ao Grupo de Operações Especiais (GOE), compostos por
agentes penitenciários treinados para situações de risco. Pouco tempo
depois de chegaram ao Pavilhão 1, utilizando bombas de efeito moral e
balas de borracha, conseguiram controlar o motim. Nenhum preso ou agente
ficou ferido.Controlada a confusão, uma ambulância do Samu foi chamada pela direção da unidade para atender o detento Sebastião Raimundo Fontes, que teve um ataque epilético durante o tumulto. De acordo com Dinorá Simas, diretora da penitenciária, 17 homens estavam prontos para fugir. "Nós identificamos que 10 presos estavam em dos tunéis e outros sete no outro buraco", confirmou. O pavilhão ocupado pelos homens tem capacidade para 150 detentos e hoje abriga 250 apenados.
Dinorá Simas, diretora (Foto: Ricardo Araújo/G1)
Segundo detalhamento de Dinorá Simas, os tunéis começavam na quadra
onde os detentos tomam banho de sol e partiam para a área interna da
penitenciária. "Quando eles chegassem no pátio, iriam utilizar uma
Teresa (corda feita com lençóis) para pular o muro e fugir", relatou a
diretora. Ela ressaltou que o motim ocorreu numa hora diferente das que
os agentes penitenciários estão acostumados. "Geralmente as tentativas
de fuga ocorrem no final da tarde, na madrugada", comentou Dinorá Simas.Sem detalhar quantos homens participaram ativamente da tentativa, a direção da unidade afirmou que pelo menos 15 eram tidos como suspeitos e serão ouvidos para esclarecer o caso. Ainda na tarde desta sexta-feira (31), eles foram retirados do Pavilhão 1 e encaminhados ao Setor de Adaptação, também conhecido como "chapa". Dinorá Simas afirmou que o Pavilhão 1 de Alcaçuz é o maior e o mais problemático da unidade. "Lá nós temos homicidas, latrocidas, traficantes. São bastante perigosos", afirmou.
Após o motim, os agentes penitenciários recolheram do pavilhão cerca de 30 televisores e pelo menos 15 aparelhos de som. "Temos que organizar o pavilhão. A televisão é uma concessão nossa. Mas o ideal é ter uma por cela e os aparelhos de som serão banidos", destacou Dinorá. O Pavilhão 1 de Alcaçuz é composto por 30 celas divididas em dois pavimentos.
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