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sexta-feira, 7 de setembro de 2012



Itep tem 14 corpos à espera de





identificação para sepultamento


O cadáver mais antigo está no necrotério desde o mês de maio.
Depois de 120 dias, o cadáver é enterrado como indigente.


Do G1 RN
agora
Corpo em necrotério do ITEP/RN (Foto: Caroline Holder/ G1)Necrotério do ITEP/RN (Foto: Caroline Holder/ G1)
O Instituto Técnico-científico de Polícia do Rio Grande do Norte, na unidade de Natal, tem atualmente 14 cadáveres aguardando identificação para serem liberados e, posteriormente, sepultados. O corpo mais antigo está no necrotério desde o mês de maio deste ano. O órgão só libera os mortos para familiares ou pessoas próximas que provem o convívio por meio judicial. Depois de 120 dias, o Itep providencia o sepultamento do cadáver como indigente.
“Enterramos como indigente, mas com toda dignidade. O morto é enterrado em cova individual. A identificação é feita por números. Se um dia a família aparecer, temos como localizar o corpo para que os parentes possam sepultar seu ente”, explicou Manoel Marques, coordenador de medicina legal do Itep.
Corpo para necrópsia no ITEP/RN (Foto: Caroline Holder/ G1)Corpo no ITEP/RN (Foto: Caroline Holder/ G1)
Segundo o Itep, depois da necrópsia - procedimento para identificar a causa da morte -, o cadáver passa pelo registro de papiloscopia, catalogação das impressões digitais, de arcada dentária e, se for necessário, é realizado o exame de DNA - este último é enviado para um laboratório em Salvador. Se durante esse tempo os familiares não se dirigirem ao órgão para o reconhecimento e liberação, o corpo fica no necrotério por até 60 dias. Transcorrido este período, a permanência é autorizada enquanto houver vaga na câmara fria.
Contudo, a retirada do corpo só pode ser feita por familiares, ou pessoas que comprovem na Justiça laços de parentesco com a pessoa morta. É o que a dona de casa Maria Teixeira da Silva terá que fazer. Ela foi com o sobrinho Antônio Teixeira ao Itep na tentativa de encontrar o pintor Manoel Claudino Coelho Neto, de 71 anos, desaparecido desde 25 de agosto, com que viveu por 32 anos. Ela reconheceu o marido, mas não pôde levar o corpo, já que o casamento não era formalizado.
“Neste caso, precisamos esperar que os filhos ou a primeira mulher do seu Manoel apareça. Ou a esposa atual terá que provar judicialmente que possui união estável com o morto. Enquanto isso ele permanece aqui”, enfatizou Manoel Marques.
Ainda de acordo com Manoel Marques, em média seis indigentes chegam por mês ao Itep, geralmente vítimas de homicídios ou de acidentes. Quando o corpo não pode mais permanecer no necrotério, é feito um requerimento junto à Prefeitura para a realização do sepultamento em algum dos oito cemitérios públicos de Natal.

Para reconhecer os 14 corpos que estão atualmente sem identificação no instituto em Natal, o familiar deve ir ao Itep localizado na avenida Duque de Caxias, no bairro da Ribeira, das 8h às 18h. Outras informações pelo telefone: (84) 3232-6917.

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