Natal reúne 4,8 mil militares no desfile
em comemoração à Independência
Comemorações da Semana da Pátria se encerraram nesta sexta-feira (7).
Médicos aproveitaram para protestar contra a falta de estrutura na saúde.
As comemorações da Semana da Pátria no Rio Grande do Norte se encerraram na manhã desta sexta-feira (7), na Praça Pedro Velho, também conhecida como Praça Cívica, em Natal. Quase 5 mil militares, estudantes de escolas públicas e particulares e escoteiros desfilaram para o público e autoridades civis e militares. A governadora Rosalba Ciarlini compareceu, mas a prefeita Micarla de Sousa não prestigiou o evento. Este é o terceiro ano consecutivo que a chefe do Executivo municipal não marca presença no desfile da Independência.
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A organização do Desfile Cívico do 7 de Setembro este ano ficou sob a responsabilidade do Exército, que estimou um público de aproximadamente 5 mil pessoas distribuídas pelas calçadas e adjacências da Av. Prudente de Morais, uma das principais vias da cidade. O desfile também foi marcado por protestos. Bandeiras e cartazes foram empunhadas por médicos, que cobraram melhorias na infraestrutura dos hospitais e abastecimento das farmácias e almoxarifados das unidades de Saúde estaduais. No Rio Grande do Norte, a saúde encontra-se em estado de calamidade há dois meses.
O desfile
O desfile começou às 9h e foi dividido em cinco grupamentos. O primeiro foi o escolar, com aproximadamente 1.800 estudantes de escolas públicas (municipais e estaduais) e particulares. Em seguida, o desfile cívico foi aberto pelo Exército, que prestou uma homenagem aos veteranos de guerra. Na sequência, 2.250 militares da Marinha, Exército, Aeronáutica e Polícia Militar, se apresentaram. Além destes, mais 250 militares desfilaram em tanques, viaturas e motocicletas. A Companhia Independente de Cavalaria da PM encerrou o desfile.
O arriamento das bandeiras do Brasil, Rio Grande do Norte e Natal, e o apagar da 'Tocha da Pátria', oficializaram o fim da Semana da Pátria 2012 no Rio Grande do Norte.
Protestos
Em greve desde o dia 28 de abril, os médicos servidores da Secretaria de Estado da Saúde Pública do Rio Grande do Norte (Sesap/RN) aproveitaram o 7 de Setembro para protestar. Com o grito de guerra "Saúde e Independência", os médicos de diversas especialidades 'marcharam' da Praça 7 de Setembro, em frente à Assembleia Legislativa, em direção à Praça Cívica.
Portando bandeiras e exibindo cartazes, os médicos cobraram melhorias na infraestrutura dos hospitais e abastecimento das farmácias e almoxarifados das unidades de Saúde estaduais. "Estamos em condições gravíssimas de trabalho que está estressando os médicos e matando o povo", afirmou o presidente do Sindicato dos Médicos do Rio Grande do Norte (Sinmed/RN), Geraldo Ferreira. Há aproximadamente dois meses, a governadora Rosalba Ciarlini decretou estado de calamidade pública na Saúde estadual.
Para Geraldo Ferreira, a decretação serviu apenas para o Governo usufruir de artifícios legais para contratar sem licitação e renovar contratos emergencialmente. "A situação de calamidade foi uma ação do Governo do Estado para sanar suas próprias necessidades, renovando contratos emergencialmente e contratando sem licitação", afirmou. Além disso, ele denunciou que o Governo fechou 100 leitos de clínica médica no Hospital João Machado.
Questionado sobre o motivo pelo qual os médicos escolheram o Dia da Independência do Brasil para protestar, o representante do Sinmed foi enfático: "A população do Rio Grande do Norte não se sente independente. Ela está sem segurança e sem saúde. Os hospitais que deveriam promover a vida, se transformaram em leitos de morte". Durante o desfile, a governadora Rosalba Ciarlini chegou a ser vaiada pela população quando seu nome foi pronunciado pelo cerimonial.
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