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segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Analista do Ibama denuncia: Pesca da lagosta no RN é realizada cem por cento de maneira ilegal

        RN é o segundo maior produtor do país, perdendo apenas para o Ceará. Foto: Divulgação

Cem por cento da pesca da lagosta é ilegal no Rio Grande do Norte. A informação é do coordenador do projeto Doc Natal e analista ambiental do Ibama Airton De Grande, durante uma discussão sobre a situação da pesca ocorrido no órgão na manhã de hoje. O objetivo do evento foi de denunciar a prática ilegal de pesca no estado, bem como orientar as pessoas que queiram aprender filmar com celulares ou máquinas digitais os flagrantes de agressão a natureza para divulgar no Doc Natal.
A questão da lagosta é grave, conforme explicou Airton de Grande. Em virtude do alto preço os pescadores preferem lagosta e vêm com isto os problemas. A pesca de lagosta tem que ser com covo, uma armadilha própria para este tipo de pescado e a cauda da lagosta tem que ter no mínimo 13 centímetros, isto indica que ela já reproduziu. Uma cauda menor indica um prejuízo à natureza, conforme explicou o ambientalista.
Ocorre que no RN e no Brasil onde se pesca lagosta existe um apoio da sociedade para que a pesca clandestina continue acontecendo. Os pescadores pescam com redes ou com um compressor o que é proibido e caso sejam flagrados podem pegar até três anos de prisão de multa que varia de 700 a 100 mil reais, no entanto o Ibama não consegue flagrar. É quando chega um carro com a fiscalização, sai um motoqueiro que avisa ao pescador e este esconde ou se desfaz da lagosta.
“Tais atitudes estão fazendo com que as lagostas do RN sejam cada vez menores. Somos o segundo maior produtor do país, perdendo apenas para o Ceará, mas se não cuidar pode ser que a lagosta entre em extinção”, falou Airton, acrescentando que os pescadores trabalham contra eles próprios.
O problema também diz respeito ao atum, que quando pescam com rede, vem com aguilhão branco e negro. Este peixe está com proteção ambiental então o pescador caso ainda o veja vivo deve devolver ao mar, caso o peixe já tenha morrido tem que doar ao IBAMA, não pode comercializar, mas os pescadores comercializam o produto.
Os ambientalistas Marcelo Gomes de Lira e Juliana Zagalia, engenheiros de pesca, fizeram uma palestra na manhã de hoje, sobre a maneira como vem acontecendo a ação dos pescadores no estado. Ambientalistas do Ibama estiveram presentes na última semana em Natal reclamando os mesmos problemas do estado, que acontecem do Espírito Santo ao Amapá e acreditam que para resolver o problema só mesmo com o apoio da Marinha, da Receita Federal e da Polícia Federal.
O assunto foi levado à sede do IBAMA em Brasília e deverá ser marcada uma reunião do superintendente nacional do Ibama, com o Ministro da Marinha, bem como com os representantes máximos da Receita Federal e da Polícia Federal para discutir uma forma de parceria no combate a pesca ilegal.
Airton de Grande adiantou ainda que possa ser que, face aos problemas atuais, seja decretado que por dois anos não se possa pescar lagosta, para que elas possam se reproduzir normalmente.
A idéia inicial era que esta palestra sobre a pesca de lagosta irregular tivesse algumas imagens enviadas pela sociedade, para o Doc Natal, o que não aconteceu, então para os presentes foi ensinado como usar o celular e a câmara fotográfica para filmar, uma vez que o documentário a ser gravado não precisa ter a qualidade profissional.
Com relação ao projeto Doc Natal que foi lançado oficialmente no dia 5 de junho último trata-se de uma iniciativa de analistas ambientais e de estudantes de cinema que abriram mão de produzir um documentário da maneira tradicional, individualista, para realizar uma obra compartilhada com os natalenses, tendo fundamentado no slogan “O que está errado com o meio ambiente na sua cidade? Não fale; filme”, com isto o Ibama quer estimular a população a produzir pequenos vídeos sobre a situação ambiental em seu município. Os melhores vídeos serão compilados num documentário que pretende retratar a percepção dos cidadãos sobre os problemas ambientais na região metropolitana de Natal.
 Portal JH

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