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sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Estudantes do Estado realizam “Agosto Rebelde”

16 agosto 2012 

Concentração do movimento aconteceu na Escola Estadual Walfredo Gurgel de onde manifestantes saíram em caminhada até a Secretaria Estadual de Educação.
 Foto: Mauricio Cuca

Quase 100 estudantes de escolas estaduais realizaram um protesto para denunciar os problemas estruturais e pedagógicos pelos quais as instituições de ensino da rede pública do Estado têm passado. A mobilização tratada como ‘Agosto Rebelde’ pelos próprios estudantes teve início na Escola Estadual Walfredo Gurgel, em Candelária, de onde eles saíram em caminhada para a sede da Secretaria Estadual de Educação e Cultura (Seec), no Centro Administrativo.
Os alunos criticam os baixos investimentos em Educação por parte do Governo do Estado e, por este motivo, decidiram realizar a mobilização durante o mês em que se comemora o Dia do Estudante, celebrado no último dia 11. Os estudantes envolvidos foram os do Ensino Médio das escolas estaduais Padre Miguelinho, Walfredo Gurgel, Anísio Teixeira e Centro Estadual de Educação Profissional Senador Jessé Pinto Freire (Cenep), única escola técnica do Estado.
Aluna do 2º ano e presidente do Grêmio Edson Luiz da E. E. Pe. Miguelinho, Lúcia Crisante, diz que a mobilização tem o objetivo de reivindicar os direitos dos estudantes e cobrar prioridade na Educação. “A arrecadação do Estado cresce a cada dia que passa, mas em compensação, a nossa educação só cai de qualidade. O RN é o maior produtor de petróleo interno, de sal e de castanha do País, mas nada disso é revertido para a educação”, critica a estudante.
Lúcia Crisante comenta que a escola em que estuda está completando 100 anos e que não há nada para comemorar. “A nossa escola está sucateada. Há dez anos, nós reivindicamos a cobertura da quadra de esportes da escola e não conseguimos ainda. Também não há acessibilidade, laboratório de química e os banheiros estão em condições precárias. Os materiais que usamos em laboratório são da década de 1960. É um absurdo. Até merenda mofada nós já recebemos”, diz a estudante.
Na E. E. Walfredo Gurgel, a situação é semelhante, segundo as alunas Amanda Marques, do 1º ano e Maria Daniele Silva, do 2º ano. “Os banheiros estão sem água, sem luz e com um mau cheiro terrível. O mato está tomando conta da nossa escola e, por conta desta falta de limpeza, os insetos invadem as salas de aula. A merenda também é insuficiente para a quantidade de alunos da escola”, conta Daniele Silva, acrescentando que a falta de professores de Inglês, Espanhol e Filosofia também é outro problema.
Como são alunos do Ensino Médio, a proximidade ao vestibular e o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) já preocupa. Para Lúcia Crisante, a sensação é de concorrência desleal com estudantes da rede privada. “Quando cursei o 1º ano, não tive professor de Português, Química, Física e Educação Artística. Este ano, passamos mais da metade do ano sem professores de Filosofia, Biologia, Artes e, algumas séries, sem Matemática. Alguns ainda estão faltando. Então, como vamos concorrer com alunos que estudam na rede privada e que têm uma melhor preparação? É impossível”, desabafa a estudante.
Os alunos foram em caminhada até o prédio da Seec e uma comissão de 15 estudantes foi recebida pelo secretário adjunto de educação, Joaquim Juraci de Oliveira. Durante a reunião, o secretário adjunto prometeu aos estudantes que uma equipe da Seec iria às escolas verificar os problemas apresentados para que, então, uma solução possa ser definida.
  Por: Portal JH

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