Conselheira foi agredida por PMs durante protesto no desfile cívico de 7 de Setembro
O comandante geral da Polícia Militar, coronel Francisco Araújo, o presidente seccional potiguar da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-RN), Paulo Eduardo Teixeira, e conselheiros da instituição se reuniram na tarde de ontem por pouco mais de duas horas na sala da presidência da OAB para discutirem a situação de agressão denunciada pela advogada Elke Mendes Cunha, que representava a entidade durante protesto pela saúde pública realizada durante o desfile de 7 de setembro, na Praça Cívica.
Policiais militares impediram manifestantes de se aproximarem das autoridades no desfile. Foto: Eduardo Maia/DN/D.A Press |
Para a advogada Elke Mendes Cunha,que também esteve presente na reunião, a atitude do Comando da PM reestruturou os laços entre as instituições. "Houve um restabelecimento da relação entre a polícia e a OAB, a atitude que estava faltando. Aconteceram excessos e agressões, espero que haja punições, mas que o foco do protesto que denunciou a situação da saúde pública não seja perdido por este caso isolado", explicou a advogada.
Elke Mendes Cunha espera punições pelos excessos. Foto: Fábio Cortez/DN/D.A Press |
Desfile
O desfile cívico foi organizado pelo Exército Brasileiro, mas a confusão envolveu policiais militares e manifestantes. Além de Elke, a presidente da comissão de saúde da OAB, Elizângela Fernandes, se envolveu na confusão e foi empurrada por policiais, mesmo estando grávida de 7 meses. "Não vou levar o caso adiante em termos judiciais. Acho que a gente estava na manifestação fazendo a nossa parte de chamar a atenção para a realidade da saúde do Estado. Eles estavam fazendo a parte deles. Os policiais militares tinham a missão de não permitir que a gente incomodasse as autoridades. Só que eu acho que alguns policiais se excederam", comentou Elke.
O protesto foi organizado pelo Sindicato dos Médicos do RN (Sinmed) e Centro Acadêmico de Medicina da UFRN, que convidou a OAB e outros membros do Fórum para engrossar o corpo de manifestantes. Elke ficou irritada ao ver sua amiga e também conselheira Elizângela Fernandes sendo empurrada com a multidão, após uma decisão da PM de afastar o protesto o mais distante possível do palco, montado na Avenida Prudente de Morais, na Praça Cívica. "Ela gritava desesperadamente, pedindo para sair dali; 'estou grávida, estou grávida', dizia. Quando ouvi ela gritando, avancei no meio de dois policiais. Quando peguei na gola de um deles, veio um brutamontes e gritou: 'respeite a Polícia Militar'. Ele me levantou e um outro policial rodou meu braço e me levou ao chão", contou a advogada.
Segundo Elke, a atitude hostil não foi da corporação Polícia Militar, e sim de alguns militares que se excederam. "Fiquei extremamente triste com tudo isso. O ato era pacífico. Queríamos mostrar que estamos indignados com a saúde pública do Estado. Parte da polícia militar não soube lidar com a situação. Havia alguns policiais que, inclusive, tentavam dialogar, mas os ânimos estavam acirrados. Mas reafirmo: a perda de controle não foi da Polícia Militar e sim de alguns integrantes".
Do:DN
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